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A manifestação era dos jovens mas tocou a todos

Foto Lusa
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A manifestação era dedicada aos jovens trabalhadores mas foram várias as gerações que se reuniram em Lisboa para reivindicar o fim dos vínculos precários e o aumento dos salários.

A concentração iniciou-se na Praça da Figueira, pelas 15:25, com algumas centenas de manifestantes, que erguiam cartazes e faixas dos respetivos sindicatos e entoavam frases reivindicativas, como: “A luta continua nas empresas e na rua”.

Já na chegada à Rua do Carmo, uniram-se à manifestação os trabalhadores dos ‘call centers’ (centros de atendimento) das empresas de telecomunicações, que tinham iniciado uma concentração paralela, na Avenida da República.

O objetivo era o mesmo: a luta pelos aumentos salariais, o fim dos vínculos precários e melhores condições de trabalho.

Elisabete Ribeiro, funcionária há 20 anos da Randstad, empresa de trabalho temporário, prometeu que vai continuar a manifestar-se até que a tutela altere a situação precária dos trabalhadores.

“O ano passado recebemos um aumento de um euro, não se justifica, nem se compreende”, afirmou.

Chegados ao Largo Camões, o grupo manifestava-se ao som de apitos e frases de luta, perante o olhar surpreendido dos turistas.

Hugo Pinheiro tem 27 anos e trabalha há 11 no setor hoteleiro. O jovem, residente no Porto, afirma que se juntou ao protesto por exercer o seu trabalho nas mesmas condições há mais de uma década.

“Temos dez anos de casa e ainda procuramos um aumento salarial, nem que seja de 50 euros e, por isso, vamos à luta!”, vincou.

Os manifestantes foram crescendo em número e quando chegaram à Assembleia da República perto das 17:00 já totalizavam mais de mil pessoas.

Ali, sentado num muro junto ao camião da CGTP, estava Joaquim Pereira, 76 anos, reformado do setor automóvel, que se juntou à manifestação para ajudar os jovens a lutar pelos seus direitos.

“Nem sempre se ganha a luta mas não podemos deixar de lutar. Eu também estou a manifestar-me à minha maneira, estou sentado por causa dos problemas que tenho nos joelhos mas também acompanhei parte do percurso”, afirmou.