Crónicas

Aqui del EI

Qualquer análise que se faça sobre a situação política internacional no momento e em especial sobre assuntos relacionados... tem de ter em conta este acontecimento

Mossul é a segunda maior cidade do Iraque. Tem mais de um milhão de habitantes. Esteve sob o poder da organização terrorista denominada Estado Islâmico ou Daesh, se quisermos utilizar o acrónimo árabe, desde 2014. Período tenebroso onde se cometeram os maiores e inqualificáveis atropelos e foi imposto o terror permanente sobre os indefesos residentes no local. Feitos reféns colectivos e sujeitos à barbárie dos agressores.

Dois anos depois, em Outubro de 2016, as forças armadas iraquianas iniciaram o combate pela libertação da região ocupada. Cercaram a área com sessenta mil soldados. Levavam com eles a chamada “Forças de Mobilização Popular”, maioritariamente xiita, milícias regionais sunitas e guerreiros curdos, os “peshmerga”, que literalmente quer dizer “aqueles que enfrentam a morte”. E contavam com apoio americano e da coligação internacional. Lutam contra os cerca de seis a sete mil “jihadistas” responsáveis pela invasão e apropriação indevida da zona tomada. Mas prometeram aos sequestrados, através de prévia distribuição por via aérea de panfletos, que só entrariam naquele centro urbano, uma vez libertado, os militares da tropa do país.

Seis meses volvidos a batalha prossegue. E se é certo que já infligiram baixas pesadas e avultadas nas hostes extremistas e na sua estrutura no terreno, a contenda bélica ainda continua. Com a ferocidade esperada. Obrigando milhares de civis a fugir e outros a serem vitimas de ataque químico supostamente levado a cabo pelos radicais ocupantes.

Qualquer análise que se faça sobre a situação política internacional no momento e em especial sobre assuntos relacionados, designadamente os ataques terroristas que vêm proliferando pelas diversas capitais e cidades europeias ou a guerra que se trava na Síria entre facções beligerantes diversas, tem de ter em conta este acontecimento que decorre paralelamente àqueles, a carga do exército do Iraque com o auxilio dos seus aliados ao denominado Estado Islâmico.

E isto porque não é despiciendo encontrar motivações extras para os fanáticos fundamentalistas que a “darknet” possibilita que sejam doutrinados primeiro e activados quando necessário depois, uma vez espalhados pelo mundo, e mandatados para cometerem as atrocidades que se têm visto contra tantos inocentes. Vingando assim as baixas significativas que vão sofrendo em território iraquiano e a consequente desmoralização que ocorrerá por certo noutras paragens, particularmente, na Síria.

Diz-se que “um rato encurralado vai morder o gato”. É esse o problema. Mas antes assim do que deixá-los serem o gato.

Foto: “tvverdescampossat.com”