“Grupo Sousa” assegura que não está fora da “operação ferry” - DN. 05.07.2017.

1. Não, não estão nada a ver mal. A fotografia é do CEO do Grupo Sousa, Luis Miguel Sousa. Faz agora quinze dias que escrevi aqui que o Luis Miguel Sousa é, seguramente, o empresário mais inteligente da Madeira. E é! Esta semana – perante a afirmação do Eduardo Jesus no parlamento regional de que o Grupo Sousa estava impedido pela Autoridade da Concorrência (AdC) de se candidatar ao concurso publico internacional para a exploração da linha ferry entre a Madeira e o continente português – deu resposta lapidar: “era o que mais faltava”. E pum - o Governo Regional da Madeira inteligentemente recuou remetendo a bronca para a tal de AdC. Acontece.

2. Ser politico – no governo ou na oposição – dá muito trabalho. É preciso estudar os dossiers. No caso concreto, dá muito trabalho estudar em que consiste um concurso público internacional, qual a natureza e atribuições da Adc e, já agora, o que significa essa coisa esquisita do principio da igualdade. Ou seja, o que interessa é impedir o Grupo Sousa de concorrer a um concurso público internacional com o fundamento populista do “raio que os parta” e da esquizofrenia das redes sociais.

3. Mais. Há outra percepção populista nesta matéria chamada “Armas”. Ninguém quer saber puto como actua este armador em Canarias ou dos números que o fez abandonar a linha ferry em tempos idos e já publicamente escalpelizado neste Diário. Zero! Nadinha! A culpa é dos Sousas e do tal gajo de apelido “raio que os parta”.

4. Na qualidade de bruxo estou plenamente convicto que – com subsidiação aos passageiros e num concurso público internacional totalmente transparente – o Grupo Sousa vai ganha-lo aos demais concorrentes. Quem diz e escreve isto é até comunista nesta questão dos transportes marítimos. Razão. Enquanto a Madeira for território integrante de Portugal, compete ao estado português assegurar, custear e explorar a ligação marítima da ilha ao continente. É preciso fazer um desenho para entender isto? Não faço.

5. E fiquem com este rabo de palha. Dada a minha pontualidade em marcar passagens para o Porto Santo, ano sim, ano sim, telefono ao Luis Miguel Sousa (sim, tenho o numero telefone dele) a meter uma cunha para espremer o carro no barco. E ele, simpaticamente, desenrasca a coisa, e lá vou eu em classe executiva ao sabor dos enjoos dos passageiros Vips. Agora, sim, venha lá esse coro afinado a acusar o “fontes” de vendido e capotado – porque a culpa, realmente, é mesmo dos Sousas. Luís, desculpa lá a coisa, mas vou ligar-te um dia destes. Um mercedes é sempre um mercedes.