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Sobre o Dubai na Madeira

A Câmara de Paulo Cafôfo quer o “Dubai na Madeira”, um projeto imobiliário e uma orientação para o crescimento urbano.

Tão importante quanto o debate sobre a volumetria e índices de construção que Paulo Cafôfo quer para a Estrada Monumental ou quanto à discussão sobre as pretendidas alterações ao “Plano do Amparo” – em si mesmo já muito contestado quando imposto à Cidade por Miguel Albuquerque e pelo “jardinismo” – importa dizer que o “Dubai na Madeira” é uma péssima ideia.

Faz lembrar a pacóvia imitação ou aproximação a Alberto João Jardim, que tinha a peregrina ideia de fazer da Madeira “a Singapura do Atlântico”. Depois, o “Dubai” está para a Madeira como o Alasca está para Câmara de Lobos. Nada tem a ver com o que de genuíno apresenta o Funchal.

O projeto do “Dubai” em que o Cafôfo nos quer tornar tem, para já, dois aspetos positivos:

1) Demonstra como os antigos tubarões da construção civil – os mesmos do tempo jardinista, que estão na base do projeto imobiliário “Dubai” – continuam a comandar a atual política;

2) Tem ajudado a perceber, melhor ainda, o que o Procurador do PS, Paulo Cafôfo, quer fazer e com quem vai de mãos dadas...

Comporta também uma vertente anedótica: é que o PS, em 2008, contestou a “nova centralidade”. Na declaração de voto sobre o “Plano do Amparo” afirmou que era «um dos piores exemplos de desenvolvimento urbano» que o Funchal apresentava. (Ata 30/2008). E quer agora o Procurador do PS agravar tudo quanto o PS dizia rejeitar.