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Senhor Primeiro Ministro, venha ver os aviões!

O problema da TAP nem é um problema apenas “daquelas pessoas chatas da Madeira”. é nacional e internacional

O Verão tem sido rico em dissertações sobre transportes aéreos nas redes sociais e na imprensa escrita o que bem evidencia a necessidade do transporte aéreo para quem vive numa ilha.

Independentemente de se poder galhofar com a situação, dizendo que para qualquer ilhéu, apanhar o avião é obrigatório para o processo de oxigenação ao cérebro, o qual só é possível a partir da Ponta de São Lourenço, verdade é que, a necessidade de deslocação para fora da Madeira, ou seja o Princípio da Continuidade Territorial, ultrapassa a linha da conversa do café e do debate político.

Diria que a mobilidade através do transporte aéreo é tão necessária para nós, metaforizando, quanto o ar que se respira, o não é compatível com amores e desamores por questões partidárias, de administradores ou políticos, amostras de administradores ou políticos, administradores ou políticos em proveta ou em incubadora.

A concretização do Princípio da Continuidade Territorial está ao nível superior de qualquer opção de uma administração de uma companhia aérea, sobretudo participada pelo Governo Central. O problema da TAP nem é um problema apenas “daquelas pessoas chatas da Madeira”. O problema é nacional e internacional. Não estamos a falar apenas da ventania ou do nevoeiro em Santa Cruz. A desorganização na reposição dos voos cancelados após a ventania, ou após a falta de tripulação, ou após a chegada tardia de aparelho, é que constitui um verdadeiro vendaval. Desenrasque-se como puder. Vá a nado ou frete uma canoa! É quase isto que se ouve após uma viagem para a Madeira em que o avião é desviado para Lisboa, ou quando nem se sai de Lisboa no voo programado.

FACTOS! Uma história real.

Dois meninos emigrantes vieram visitar os avós à Madeira neste Verão. Fizeram um voo Porto-Funchal acompanhados por um familiar que os foi buscar ao Porto por serem muito novinhos. No dia de regresso, chegados ao aeroporto, foram informados do voo cancelado, alegadamente por mau tempo. Nesse dia, a partir das 10h00 o Aeroporto funcionou normalmente. A família esperou e desesperou no aeroporto por notícias quanto à reposição do voo. Só às 5 da tarde saiu a informação que a única solução para os meninos chegarem ao Porto era o voo com escala em Lisboa, com saída às 21h55. Hora real de saída: 1 da manhã. Atraso de 3 horas, depois de um dia inteiro no aeroporto. Acresce que viajaram com o serviço pago para menores não acompanhados, pois entretanto o familiar tinha de custear o seu regresso Lisboa -Funchal com valor superior a 300 euros, além de perder o valor já pago para o regresso programado noutra companhia aérea Porto-Funchal.

FACTOS Sr. Primeiro Ministro.

São factos reais. Factos com o aborrecimento e preocupação comum a milhares de histórias de portugueses das ilhas, portugueses do continente, portugueses do estrangeiro e turistas nacionais de outros estados, que incompreensivelmente ficam sujeitos a esta desorganização e falta de respeito, pela sua qualidade como cidadãos que contratam um serviço de transporte aéreo. Isto, infelizmente, acontece em todos os aeroportos do País. Ora Senhor Primeiro Ministro, venha ver os aviões!