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Professores: “pau para toda a obra”

A 5 de outubro, celebrou-se o Dia Mundial do Professor, contudo, além de algumas atividades organizadas pelos sindicatos, a celebração, ao longo dos anos, ainda não conseguiu alcançar a dignidade nem a relevância que a nossa profissão tem direito, enquanto pilar do desenvolvimento da sociedade em termos humanos, educativos, culturais e sociais. Como reconhecimento da nossa missão e mérito, merecíamos mais e melhor.

Apesar das novas estratégias de ensino investirem no trabalho autónomo por parte dos alunos e embora as escolas adiram, de modo abrangente e decisivo, às novas tecnologias, procurando melhorar a aquisição dos conhecimentos e a construção dos saberes, a intervenção do professor é insubstituível. Ao contrário do que se conjeturava, no sentido da perda de importância do papel do professor na escola e na sala de aula, hoje, a sua responsabilidade aumentou tornando-se, inclusive, mais necessária, complexa e exigente.

Os professores não se limitam a trabalhar o processo ensino-aprendizagem com alunos interessados e/ou desinteressados. Atualmente, a sociedade exige quase tudo à escola e aos professores. Por isso, somos esse “tudo” de várias formas e feitios. Somos: educadores das regras de convivência; formadores para a sexualidade responsável; gestores de conflitos; mediadores familiares de problemas que acontecem entre eles, além de fiscalizarmos e estarmos atentos aos comportamentos de risco dos alunos. Até os problemas pessoais que ocorrem numa discoteca ou no fim de semana, algures, chegam à escola para serem resolvidos, porque ganham novas dimensões.

O rol de exigências continua: fazemos o papel de psicólogos; assumimos o lugar de pais, mães, amigos, confidentes, nutricionistas, tutores e promotores de campanhas de angariação de roupas, alimentos, medicamentos e outras carências dos alunos e familiares, além de educarmos também para a necessidade urgente dos hábitos de higiene.

Existem, naturalmente, bons e maus profissionais nesta profissão, como em todas as outras, alguns já estão demasiado cansados e desmotivados, é verdade, todavia, a maioria dos professores, são excelentes profissionais, dedicados e competentes.