Era um menino pobreque o Natal ansiava,nunca recebia prenda,mas Pai Natal esperava.

Menino pobre chorou,

assim que amanheceu,

Pai Natal aqui passou

do menino se esqueceu.

O rico tem sua prenda,

pobre nada recebeu,

se todos somos iguais,

algo errado aconteceu.

Casa do pobre é simples,

que nem a chaminé tem,

talvez seja esta razão

porque Pai Natal não vem.

Até o Menino Jesus

Pai Natal vai ajudar,

dizem que é no sapato,

onde as prendas vai deixar.

Lareira o pobre tinha

na cozinha improvisada,

não tem prenda no sapato

porque descalço andava.

Pai Natal culpa não tem

outra razão deve haver,

menino compreendeu

é por sapatos não ter.

No presépio do menino

o anjo já não tem asa,

Jesus tem braço partido,

a gruta é a própria casa.

A Jesus ele rezou

pra sapatos vir a ter,

assim no ano que vem,

prenda irá receber.

Ao pai o menino pede

chaminé para a cozinha

bem forte e bem caiada,

mais alta que a da vizinha.

O pai do menino pobre

sonho não quer desfazer,

prometeu a chaminé

sem saber como a fazer.

Menino com esperança

com sapatos que terá

e com chaminé na casa,

Pai Natal aqui virá.

O sonho foi sua prenda

que este Natal recebeu,

com ilusão do futuro

a sua alma encheu.

Menino pobre tem fé

para o ano mais terá,

com chaminé e sapatos

Pai Natal visitará.

Assim vive a fantasia

Feliz Natal terá,

alma do menino pobre

sonhos alimentará.

Foi o Natal do menino

com a prenda que não tem,

mas esperança nunca morre,

sonha com ano que vem.

* Extrato autorizado do livro Saudades do Inferno de Filipe Corujeira, a publicar em breve