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O Estado falhou

O Estado em Portugal falha muito e muitas vezes. Apesar de custar metade da riqueza que se produz e de nos exigir uma carga fiscal exagerada a verdade é que na hora H o Estado falha. E falha porque é um Estado monstro e ineficiente devido, precisamente, ao seu tamanho. Aquilo que Portugal precisa é de um Estado forte mas pequeno e não de um Estado grande e ineficiente. São imensos os exemplos do passado recente. Um dos mais flagrantes foram os sucessivos escandalos na banca portuguesa. Na pública e na privada. A grande responsabilidade dos enormes roubos e incompetencia foi do regulador Estado. No caso, do Banco de Portugal. Como o Estado quer estar em todo o lado e mandar em tudo no final pouco manda e tem uma presença ineficiente. Nas últimas semanas isso foi flagrante. Em primeiro lugar nos incendios de Pedrogão Grande onde morreram 64 pessoas. Bastaram algumas horas para percebermos que a ineficiencia e a incompetencia reinaram. O sistema de comunicações que custou 500 milhões de euros (!) não funcionou. Os bombeiros, as forças de segurança e a Proteção Civil não estavam coordenadas. Tantos policias, guardas, técnicos, carros, sistemas, chefes, etc, etc e no final morrem 64 pessoas indefesas e sozinhas. Mesmo depois de mortas a incompetencia do Estado esteve presente. Os corpos dos mortos parece que foram transportados, sem qualquer dignidade, num simples veículo de transporte de comida... Uma vergonha nacional. Passados tantos dias não há um único responsável por esta tragédia. O primeiro-ministro, sem qualquer tipo de vergonha, limita-se a fazer perguntas. Na verdade deveria ser obrigado a dar respostas e a assumir responsabilidades. A ministra lá vai dizendo (com choros pelo meio) que “foi o dia mais infeliz da sua carreira politica” mas recusa-se a assumir qualquer responsabilidade. É este o estado do Estado. Como se fosse pouco, passados poucos dias tomamos conhecimento que foram roubadas armas de todos os tipos e feitios de um paiol do exército. Só não roubaram mais porque não quiseram. Como é possivel? Os pormenores são de um autentico filme amador: só descobriram o roubo porque “havia um buraco no arame farpado”. “O sistema de câmaras de segurança está avariado há dois anos” e “durante dois dias ninguém fez a ronda”. Mau de mais para ser verdade. Então um Exército que nos custa tantos milhões de euros nem consegue tomar conta de um paiol? Como pode um pais que faz parte de uma Aliança militar num tempo de ações constantes de terrorismo deixar que um episódio destes possa acontecer? Qual a confiança que os cidadãos podem ter neste (monstro) Estado? Para quando reformá-lo e adaptá-lo? São perguntas que o atual governo PS com as extremas esquerdas deveria responder. Mas preferem assobiar para o lado.