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Leais à Renovação

Miguel Albuquerque, Rui Abreu, Carlos Rodrigues, Jaime Ramos Filho, João Paulo Marques e Rómulo Coelho dão todos os dias provas de terem frequentado a mesma escola. O passado de uns e o presente de outros fala por si, mas convém clarificar águas para que todos compreendamos o que tem acontecido e ao que vamos nos próximos meses.

Albuquerque deu nota daquilo ao que vinha no trajecto que fez entre a saída da Câmara Municipal do Funchal e a entrada no Governo Regional: ensaiou o número na primeira eleição interna contra Alberto João Jardim e completou-o quando conquistou o PSD frente a 5 adversários, não se limitando a distanciar-se artificialmente de Alberto João, mas optando por renegar o seu legado, como se não fizesse parte dele, e a criticar a forma, como se não fizesse como ele. Miguel Albuquerque disfarça, mas usou as mesmas armas - incluindo as promessas e a retórica política - para chegar ao poder e faz uso delas para por lá permanecer. O povo critica o modelo de subsídio de viagens aéreas? Clarifique-se em artigos de opinião - muitos e a dizer o mesmo. O povo critica a falta de medicamentos? Grite-se contra os perigos da comunicação social e da internet. O povo critica as dificuldades do combate aos incêndios? Ataque-se o Governo da República. Entretanto, os factos: o modelo é óptimo, mas é preciso mudar; não há falta de medicamentos, mas é preciso reforçar as verbas para pagar; e não é possível utilizar meios aéreos no combate aos incêndios, mas é preciso estudar. É um Governo que conclui primeiro e estuda depois.

É aqui que entram os homens-fortes do aparelho Renovado. Quem não se lembra das declarações de Rui Abreu a 10 de Agosto sobre os meios aéreos e as toneladas de água que arrasariam tudo o que encontrassem pelo caminho, como se o fogo não se tivesse encarregado de fazê-lo sozinho?! Quem não se lembra do passado infeliz da Assembleia Regional, que outros apelidaram de “casa de loucos”, quando escuta com atenção o jargão das intervenções e apartes de Carlos Rodrigues?! Quem não se lembra de Jaime Ramos Pai quando lê os dez pontos que Jaime Ramos Filho dedicou ao Governo da República, misturando exigências unilaterais por cumprir e supostas dívidas por pagar?! E quem não se lembra de Miguel Albuquerque contra Alberto João quando ouve João Paulo Marques e Rómulo Coelho a criticarem as políticas dos municípios onde mandaram e tudo o que deixaram foram dívidas por pagar e amianto por retirar?!

2017 será longo e a Renovação sabe que é o seu futuro que vai a votos. No PSD aposta-se tudo na ausência de memória dos madeirenses – mas vão dar-se mal, porque a Madeira mudou e só por aqueles lados é que ainda não perceberam.