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Atitudes

Confesso que a atitude democrática manifestada pelo grupo parlamentar do PSD e pelo atual governo regional, no início do mandato, teve o meu reconhecimento e marcou o início de uma postura diferente em relação àquela a que nos tínhamos habituado durante quase 40 anos. Mas à medida em que nos aproximamos de um ato eleitoral, vejo a atitude mudar e o combate político e parlamentar tomar contornos de alguma agressividade e arrogância, com laivos de insolência.

Nada de novo, nem inédito, é o grupo parlamentar do PSD, aproveitando a entrada de iniciativas de outros grupos parlamentares, se inspire nelas, reinterpretando os temas e transformando-as em iniciativas como o objetivo de as utilizar como arma de arremesso político, muitas vezes não consubstanciando nada de concretamente proveitoso.

Vão ao ponto, em algumas comissões, de reter as iniciativas da oposição até ao momento que achem oportuno, podendo ser por um período de 2 meses, antes de fazerem o agendamento em comissão, que só integra a ordem de trabalhos, depois da entrada das iniciativas próprias, que têm sempre um agendamento prioritário.

Então se forem requerimentos para audições parlamentares incómodas, adiam-se ou põe-se em causa a sua pertinência. Pelo contrário, se o tema for favorável ao PSD para o combate político, então está tudo bem. Quantas mais melhor. Esta parcialidade e dualidade de critérios não é compatível com a atitude democrática, pois usa-se a posição de poder para alcançar objetivos partidários.

Atitude inédita foi a do deputado relator na 6ª comissão que, em jeito de birra, se recusou a partilhar a proposta de um relatório que serviria de base de discussão em sede de comissão, primeiro, e depois no plenário, se assim fosse decidido. Isto para evitar o possível confronto face a uma posição politicamente desconfortável para o PSD, perante os signatários da iniciativa que foi feita chegar à Assembleia.

Infelizmente, as birras não têm exclusividade partidária.