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Venezuela rejeita acusações da ONU sobre abuso de força pelas autoridades

FOTO Reuters
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O Governo da Venezuela rejeitou hoje as acusações das Nações Unidas sobre o abuso de Direitos Humanos pelas autoridades no país, considerando que se trata de uma “farsa mediática grotesca” que omite informação.

“A Venezuela reitera o seu compromisso inquebrável com os Direitos Humanos declarado na Constituição e nos tratados internacionais”, afirmou o governo num comunicado.

Um porta-voz das Nações Unidas, Farhan Haq, afirmou hoje à noite que o secretário geral da ONU, o português António Guterres, considera chocantes as revelações do relatório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, em que se denunciam centenas de homicídios, supostas execuções sumárias, o uso excessivo de força contra os manifestantes, tortura e detenção arbitrária às mãos das forças de segurança.

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein, recomendou que o Tribunal Penal Internacional (TPI) investigue os graves casos de abusos cometidos na Venezuela, dada a “impunidade generalizada” e a inacção do Estado.

Haq declarou que o relatório “atesta a necessidade de diálogo político e de uma solução política completamente inclusiva” para a agitação no país.

No documento da ONU apontam-se casos de força excessiva das autoridades, mesmo além do que já se viu na repressão de protestos de rua, e de profissionais de saúde detidos ou ameaçados por denunciarem a falta de condições de assistência pela falta de medicamentos e de condições.

Entre 2015 e 2017, cerca de 350 agentes foram alvos de inquéritos relacionados com 505 mortes ocorridas em rusgas em bairros residenciais.

As autoridades venezuelanas, que rejeitam interferências exteriores, não deixaram os técnicos da ONU entrar no país para comprovarem as acusações que ressaltam do relatório.

Os investigadores recolheram informação à distância através de entrevistas com vítimas, testemunhas, advogados e médicos.