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Trump qualifica “grupos de ódio” como “criminosos e bandidos” e denuncia racismo

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O Presidente norte-americano, Donald Trump, declarou hoje que o “racismo é mau” e qualificou aqueles que praticam a violência em seu nome, como o Ku Klux Klan (KKK), os neonazis e os supremacistas brancos, como “criminosos e bandidos”.

“O racismo é mau e aqueles que usam a violência em seu nome são criminosos e bandidos, incluindo o KKK, os neonazis, os supremacistas brancos e outros grupos de ódio (...) que são o oposto de tudo aquilo que é valorizado por nós, enquanto americanos”, disse Trump, em declarações a partir da Casa Branca.

Estas declarações de Trump surgem 48 horas depois dos incidentes violentos que ocorreram na cidade de Charlottesville, no Estado norte-americano da Virginia (leste), entre militantes de extrema-direita e contra manifestantes e que fizeram uma vítima mortal e vários feridos.

Nos últimos dias, o chefe de Estado norte-americano tem sido alvo de fortes críticas por causa das declarações que proferiu sobre os incidentes.

Numa primeira reação aos acontecimentos, Trump classificou, ainda no sábado, como “terríveis” os acontecimentos em Charlottesville, mas sem mencionar de forma direta os supremacistas brancos que tinham convocado a marcha, entre eles David Duke, ex-líder do KKK (Ku Klux Klan, movimento de supremacia branca), e vários elementos que exibiam símbolos relacionados com o regime nazi.

Nas mesmas declarações, Trump condenou “o ódio e o fanatismo” de “múltiplas partes”.

A Casa Branca sentiu a necessidade de esclareceu no domingo que o Presidente condenava “todas as formas de violência, intolerância e de ódio” e “todos os grupos extremistas”, incluindo os movimentos associados à supremacia branca.

“Todos aqueles que agiram de forma criminosa durante as violências racistas no fim de semana terão de responder pelas suas ações perante a lei, justiça será feita”, salientou hoje o governante americano.

“Seja qual for a cor da nossa pele, todos vivemos com as mesmas leis, saudamos a mesma bandeira”, reforçou.

Os incidentes de sábado ocorreram na sequência de uma marcha associada ao movimento defensor da supremacia branca que foi convocada para contestar a decisão de Charlottesville de remover a estátua do general Robert E. Lee de um parque no centro da cidade, considerado atualmente um símbolo da defesa da escravatura e do racismo.

As autoridades locais consideraram o protesto ilegal e o governador da Virginia decidiu declarar o estado de emergência, mas milhares de pessoas convergiram para o centro de Charlottesville, a cerca de 160 quilómetros de Washington.

Pouco depois dos confrontos, um condutor -- que tinha participado na manifestação de extrema-direita - atropelou de forma intencional um grupo de contra manifestantes, matando uma mulher de 32 anos e ferindo cerca de 20 pessoas.

James Fields, de 20 anos e oriundo do Estado do Ohio, seria detido e acusado de vários crimes, incluindo de homicídio em segundo grau. Um juiz confirmou hoje a sua detenção por tempo indeterminado.