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Ex-Procuradora da Venezuela acusada de conspiração e autoria intelectual da violência no país

Ex-Procuradora da Venezuela Luísa Ortega Diaz acusada de conspiração. FOTO: Reuters
Ex-Procuradora da Venezuela Luísa Ortega Diaz acusada de conspiração. FOTO: Reuters

O novo Procurador-geral da Venezuela acusou a antecessora Luísa Ortega Díaz de conspirar contra o Governo e de ser autora intelectual da situação de violência que desde abril ocasionou mais de 121 mortos no país.

“Eu denuncio-a como uma agente da conspiração mais terrível que tenha vivido esta nação. É a autora intelectual do que aqui ocorreu e enlutou a Venezuela”, disse Tarek William Saab na sessão de quinta-feira da nova Assembleia Constituinte.

Segundo Tarek William Saab, a ex-procuradora questionou a autoridade do Supremo Tribunal de Justiça e a eleição da Assembleia Constituinte, feita pelo Presidente Nicolás Maduro, o que originou um clima de violência no país que causou mais de uma centena de mortos, feridos e grandes perdas materiais.

“A sua atuação foi cúmplice em todas as ações de violência” no país, disse, sobre a antiga Procuradora-geral da Venezuela.

Entretanto, a imprensa venezuelana noticiou, citando fontes não oficiais, que Luísa Ortega Díaz e o marido, o ex-deputado socialista Germán Ferrer, teriam saído da Venezuela, refugiando-se num país vizinho,

Na quarta-feira, funcionários dos serviço secretos efetuaram uma rusga na residência da ex-Procuradora-geral e a Assembleia Constituinte pediu a detenção do ex-deputado por alegada corrupção.

Conhecida atualmente como “a procuradora rebelde”, Luísa Ortega Diaz foi designada pelo ‘chavismo’ [numa referência ao regime de Hugo Chavez, presidente do país de 1999 até à morte em 2013] como Procuradora-geral da Venezuela país, durante dois mandados consecutivos.

Em março último, Ortega Diaz denunciou duas sentenças do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), uma que limitava a imunidade parlamentar e outra em que o STJ assumia as funções do parlamento, no qual a oposição detém a maioria desde janeiro de 2016.

A ex-Procuradora-geral denunciou também a nomeação irregular de alguns dos magistrados do STJ pelo ‘chavismo’ e acusou Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte para instaurar um regime totalitário no país.