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Detidas 10 pessoas na Venezuela por alterarem dados da produção de petróleo

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O Ministério Público (MP) da Venezuela anunciou hoje a detenção de dez funcionários da empresa estatal Petroléos da Venezuela SA (PDVSA), por alegadamente terem alterado intencionalmente os dados de produção de crude desde 2014 até mediados de 2017.

Segundo Tarek William Saab, procurador-geral designado pela Assembleia Constituinte, as alterações teriam ocasionado danos patrimoniais ao estado venezuelano por mais de 1.156 milhões de dólares (996,55 milhões de euros).

Os detidos são acusados dos delitos de incumprimento do regime especial de zonas de segurança, peculato doloso e associação para cometer delito (associação criminosa, na lei portuguesa), tendo sido emitidas ordens de detenção contra outras duas pessoas cujo paradeiro é desconhecido.

As investigações dão conta de que os números de produção de crude foram alterados em alta, reportando maiores níveis de extracção e comercialização que os realmente existentes, uma prática que permitiu a obtenção de pagamentos por benefícios e fez aumentar o orçamento atribuído para manter os índices de produção falsificados.

“Esta maquilhagem das cifras começou em 2014 e causou um dano patrimonial grave que afetou a indústria e a economia nacional (...). Estamos a falar de um dano patrimonial de 1.156 milhões de dólares (996,55 milhões de euros), causado por barris de crude que não foram produzidos”, explica um comunicado do MP.

Além disso, segundo o comunicado, foram pagos benefícios ou comissões e impostos por crude contabilizado, mas não produzido, pelo valor de 266 milhões de dólares (229,3 milhões de euros).

As detenções tiveram lugar desde a última sexta-feira, numa operação conjunta entre o Ministério Público e a Direção de Contra-inteligência Militar, que decorreu em pelo menos quatro Estados da Venezuela (Anzoátegui, Monágas, Falcón e Distrito Capital).