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Caracas procura alianças económicas estratégicas com a Coreia do Norte

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A Venezuela e a Coreia do Norte estão a analisar alianças económicas estratégicas conjuntas, para “defender a construção do socialismo”, impulsionar a economia venezuelana e fazer “frente à ameaça militar” dos Estados Unidos.

A cooperação bilateral foi tema de uma reunião entre o presidente do Banco Central da Venezuela (BCV), Ramón Lobo, o vice-ministro venezuelano de Gestão Industrial do Ministério de Indústrias Básicas, Estratégicas e Socialistas, Orlando Ortegano, vários trabalhadores do BCV e o embaixador da República Popular Democrática da Coreia, Ri Sung Gil.

Num comunicado distribuído em Caracas, o BCV explica que o encontro permitiu “conhecer mais de perto a experiência da Coreia do Norte” e “unificar esforços, entre a Venezuela e a Coreia do Norte) na procura de alianças estratégicas que impulsionem a economia venezuelana, assim como a construção de um modelo sócioprodutivo fundamentado na soberania, autodeterminação, solidariedade e cooperação entre os povos”.

“Esta iniciativa realizou-se com o propósito de destacar a experiência norte-coreana, o seu processo de autodeterminação e soberania política, económica e social, perante a ameaça militar e intervencionista de países hegemónicos como os EUA”, explica.

Segundo o diretor do BCV, José Salamat Khan, os venezuelanos devem “aprender com a experiência sócioprodutiva da Coreia do Norte”, começar “um processo de formação para reindustrializar a economia”, para “depender cada vez menos de outros países hegemónicos”.

“Temos os recursos humanos, as terras e o capital (...). Apesar do bloqueio económico dos EUA, estamos na obrigação de reconstruir a nossa própria história (...). É o momento de fazer que a Venezuela seja um dos primeiros no mundo”, frisou.

Por outro lado, o embaixador da Coreia do Norte, Ri Sung Gil, denunciou que os EUA têm “interesses expansionistas para apropriar-se das riquezas de países estratégicos como a Venezuela e a Coreia do Norte, que elegeram o socialismo como modelo económico e social”.

Ri Sung Gil sublinhou que, tal como a Venezuela, a Coreia do Norte também sido alvo de sanções e medidas económicas dos EUA, numa tentativa de isolamento, mas que o seu país apostou na industrialização, o que conseguiu em catorze anos, o que permitiu o autoabastecimento e preservar a soberania com equidade social.

“A Venezuela tem uma importância geopolítica, matérias primas, muitos recursos naturais, petróleo e água. Os EUA não vão deixar em paz a Venezuela enquanto não se apoderarem dos recursos do país”, frisou.

O diplomata mostrou interesse em dar a conhecer, na Venezuela, aspetos essenciais da cultura e arte da Coreia do Norte, país que, disse, tem sido satanizada pela imprensa ocidental.