Madeira

Sazonalidade, finanças e democracia em cima da mesa no Dia do Concelho no Porto Santo

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Assinalou-se, este domingo, na ‘ilha dourada’ o dia de São João Baptista, padroeiro do Porto Santo.

A cerimónia realizou-se nos antigos Paços do Concelho, onde estiveram presentes a vice presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Fernanda Cardoso, o vice-presidente do governo regional da Madeira, Pedro Calado, deputados e alguns autarcas madeirenses, além das entidades locais e representantes militares dos três ramos das forças armadas.

O programa das celebrações do Dia do Concelho integrou ainda a cerimónia do hastear da bandeira e a celebração de uma missa solene, bem como uma homenagens aos funcionários João Gonçalves de Ornelas, Apolinário Oliveira Rodrigues e Iva de Jesus. Também homenageado pela autarquia, com a Chave de Honra da Cidade, o geólogo João Batista, pelos seus contributos à causa ambiental no Porto Santo, através de publicação de vários livros.

Governo Regional quer estimular tecido empresarial porto-santense

O vice-presidente do executivo madeirense aproveitou a cerimónia do Dia do Concelho para relembrar as políticas do Governo Regional, no sentido de combater à sazonalidade e atrair captação de novos fluxos turísticos para o Porto Santo.

Pedro Calado garantiu que a promoção da ilha dourada “tem dado resultados muito positivos e que, em 2018, resultará no aumento de operações áreas para o Porto Santo, como é o caso das companhias ‘Danish Air Transport’ e ‘ATlantic Airways’ que passarão a desenvolver as suas operações ao longo de todo ano (exceptuando o mês de Agosto).

Ainda no que respeita aos apoios empresários e no âmbito dos sistemas de incentivo e ao investimento, Pedro Calado disse que “o Governo Regional já aprovou perto de meia centenas de projectos no Porto Santo, num valor superior 7.5 milhões de euros”.

“Com estes apoios o Governo Regional pretende estimular o tecido empresarial porto-santense, gerando dinâmicas económicas que potencie a angariação de riqueza de emprego, e sobretudo, de criar condições para novos grupos empresariais e novos investidores internacionais apostem na ilha dourada”, realçou.

Câmara Municipal “financeiramente sustentável”

Por seu lado o presidente da autarquia, Idalino Vasconcelos, admitiu que os primeiros meses de governação não têm fáceis, estando o executivo camarário empenhado em resolver as diversas acções judiciais que tem em mão.

“Pretendemos tornar esta Câmara Municipal financeiramente sustentável, para que se possa ter em breve folga para o investimento em benefício desta população, bem como, o melhoramento do destino turístico do Porto Santo... é isso que o povo espera de nós”, disse Idalino Vasconcelos, referindo que neste sentido tem contado coma colaboração da oposição.

Já a presidente da Assembleia Municipal, Fátima Silva sublinhou a importância deste órgão autárquico “de debate e de reflexão política”, que é “simultaneamente, um órgão fiscalizador”.

Porto santo como “destino de segurança e bem-estar”

Pelo partido social democrata falou nesta cerimónia Nuno Freitas, que voltou a aludir à questão da sazonalidade.

“O Porto Santo é destino paradisíaco mas marcado pela sazonalidade, mas deverá ser um destino atractivo todo o ano, um destino de segurança de bem-estar e saúde”, frisou.

Para este autarca social-democrata é ainda “urgente”: reformular a situação do centro de saúde, estimular a agricultura e potenciar a promoção da ilha, através da criação de um ‘Cross Sail’ com a ilha da Madeira e potenciar o cabo marinho de comunicações, promovendo as tecnologias de informação.

Os 600 anos elevam identidade cultural

Por sua vez, a socialista Teresa Leão disse que as comemorações do dia do concelho, com os 600 anos da descoberta da ilha “elevam a nossa identidade patrimonial e cultural, evocam a nossa memória resiliência a muitas adversidades sociais e pessoais e geográficas”.

“São seiscentos anos de resiliência do nosso povo ilhéu, uma resiliência que ainda não pode celebrar verdadeiramente o Portugal democrático, a resiliência dos cidadãos do Porto Santo face ao modelo de desenvolvimento de quatro décadas, que nos remeteu para segundo plano e com consequências claras no nosso dia-a-dia”, sublinhou.

Mais Porto Santo pela primeira vez na Assembleia Municipal

Por fim, interveio o Mais Porto Santo, pela primeira vez na Assembleia Municipal. O movimento, representado por Jorge Jacinto deixou críticas ao bloco central, que acusa de “blindar” a democracia, fazendo “os porto-santenses de reféns”.