Saber envelhecer é sapiência

Há três componentes fundamentais no conceito de qualidade de vida nas pessoas antigas: obem-estar financeiro, a saúde e o suporte na integração social. O idadismo em Portugal, nesta sociedade altamente competitiva, é desprezado grosseiramente. A idade representa maturidade e um saber de experiências acumuladas de vida que não podem, nem devem ser desbaratadas. Conta-me um camarada jornalista, que na Europa do norte, as pessoas antigas são convidadas a transmitir histórias e estórias das suas vidas, para os mais jovens nas escolas. Eis, na plenitude, como o saber compactado feito de vivências, constitui notável manancial para o conhecimento e crescimento geral das crianças.

A Constituição da República Portuguesa, consagra no seu artigo 72, a salvaguarda e o seu reconhecimento:’’ As pessoas idosas têm direito à segurança económica e a condições de habitação e convívio familiar e comunitário que respeitem a sua autonomia pessoal e evitem e superem o isolamento ou a marginalização social’’.

Aceitar a idade e saber envelhecer é sapiência e condição relevante para proporcionar

dignidade de vida, encarando-a com positividade, alegria e ocupação criadora.

Ser antigo, confere saberes que de outra forma não se alcança: Ser melhor ouvinte, mais receptivo na interpretação face ao outro, mais calma e compreensão,

mais capacidade de saber tornear dificuldades para criar atmosferas de boa aura com o outro.

A velhice não é um posto, mas também não é um trapo. Saibamos tirar partido de algumas

dezenas de anos. A jovialidade (independentemente da idade) e a felicidade dão trabalho - mas são altamente gratificantes. Então, Mãos à Obra!

Vítor Colaço Santos