Cá se fazem cá se pagam

“Cá se fazem cá se pagam” titula um artigo de opinião do DN de 2018-02-07, onde o opinante denotando a sua faciosidade esquerdista faz firmações pouco fundamentadas tais como: “o aumento do IVA na restauração que lançou milhares de trabalhadores no desemprego”, o que é falso pois se houve setor que sobreviveu relativamente bem à crise foi a restauração ajudada pelo incremento do turismo que em conjunto com as exportações das nossas empresas, as privadas e não as públicas, ajudou a conter os efeitos da crise; ao considerar que os CTT “eram uma empresa pública bem gerida que anualmente entregava lucros ao estado”, escamoteando que isso decorria de ter o monopólio do serviço postal em Portugal, que cessou com a entrada de outros concorrentes no mercado, todos privados, obrigando os CTT a adequar-se às novas exigências do mercado para continuar a disputá-lo com êxito, aliás tal e qual como a pública CGD que não se coibiu de aplicar soluções “ultraliberais” na redução de pessoal e no aumento do preço dos serviços prestados a exemplo da concorrência privada; continuando com a análise distorcida que faz a Passos Coelho (PC) e ao seu governo, que teve de resolver, com a ajuda do FMI e da troika uma situação de quase bancarrota do País, herdada da (des)governança socialista de Sócrates com a ideologia de esquerda que o opinante muito preza. Considerar fruto de mera ideologia ultraliberal as medidas impostas pelos credores e negociadas com o governo PS de Sócrates, entre elas algumas privatizações, implementadas pelo governo de PC, é não ter entendido nada do que foi a crise que Portugal atravessou e das suas causas, é o mesmo que considerar Tsipras um ultraliberal porque está a aplicar na Grécia medidas impostas pelos credores semelhantes às aplicadas em Portugal por PC e o seu governo. Tal como dizia Mário Soares, a ideologia mete-se na gaveta, quando chega a hora de tomar as medidas necessárias para evitar a bancarrota!