A inveja a quanto chega!

Oh, meus amigos, estamos perdidos!

Há tempos, veio de lá do continente, um senhor, ainda com o sangue na guelra, que não viu uma única virtude aqui na nossa terra.

Agora vem um holandês – que não é um tipo qualquer- que nos inclui no lote dos povos que pedem dinheiro emprestado para gastar nos copos e nas mulheres.

- Bom...mas... são opiniões diferentes, são casos separados e por esse prisma terão de ser analisados.

Certamente esse tal senhor de Coimbra que veio cá – por esse tal casal, convidado – não foi levado (de borla) a comer a tradicional espetada com o bolo do caco... a modos de como se faz a certos políticos que vêm lá do continente que comem, bebem e divertem-se à nossa custa e regressam felizes e contentes.

- Pois. E ainda levam um “contentor” de presentes!

- Exatamente. Ora o homem sabendo dessa discriminação, ficou para o “diabo o levar” e toca desancar sobre a Região.

Se bem que, valha a verdade, nalgumas coisas tivesse razão. Por exemplo, sobre os custos das viagens de avião.

Fazem-se viagens do continente para toda a Europa mais baratas do que para aqui para a Região. Mas isso é um problema que temos, de facto, CRIADO POR LÁ, por isso esse senhor não tem que SE QUEIXAR CÁ.

E, cá para nós, até os transportes terrestes públicos deviam ser gratuitos.

- Oh, amigo, estás perdendo o juízo? E quem arcava com os prejuízos?

- Os de cá eram diluídos nos estrondosos prejuízos dos transportes públicos de lá.

- É uma opinião. Talvez tenhas razão.

-O que se nota é sendo de Coimbra, esse senhor, não me parece que seja doutor.

Nós temos uma ilha de microclimas, ou seja, pode estar bom no Funchal, em Santana normal, na Calheta assim-assim, mas, pelos vistos, por onde esse senhor andou o tempo esteve sempre ruim.

- Mas isso é normal, há gente com predisposição para só lhes atrair ou ver o mal.

- Quanto à pobreza existente aqui, está de acordo com as “normas” do País. Pobres em quantia avultada, classe média hipotecada e riquezas que só o diabo pode explicar onde e como foram arranjadas.

- Desculpa, amigo, mas esse senhor exagerou na crítica, na sua apreciação. Ele não viu nada de bom na nossa Região.

Até tanta mulher bonita que existe por aí e nem isso ele viu aqui.

- Bem, bem, nesse particular, nada temos a apontar. Como sabes, cada vez há mais homens que para as mulheres, nem olhar. Ainda vamos chegar ao momento de uma mulher para ter um homem ter que meter um requerimento.

- Não, talvez não cheguemos a esse tempo, porque também há cada vez mais mulheres que não apreciam a gente. A média já vai sendo 50 por 50%!

Mudança dos tempos!

- Mas nesse caso, aquele holandês “destrambelhado” está enganado ao dizer que gastamos nas mulheres e nos copos o dinheiro que nos é emprestado?

- Ele sabe que não é (só) por causa disso que os países estão falidos, mas sim pela corrupção, pela exploração e pela hedionda proteção ao capitalismo, presumivelmente, dada por ele e por muitos incompetentes, seus colegas políticos.

A essa gente e aos seus tristes exemplos é que se deve o caos existente.

Juvenal Pereira