Além da dívida há mais vida!

O Governo quer reduzir o défice e pagar os juros da dívida à custa de não satisfazer as nossas

expectativas. Restringir o investimento público, para pagar a dívida, recorda a política anterior

que foi mais troikista que a troika. Vem de trás e este executivo defrauda-nos, tendo uma

preocupação fanática pelo défice, estando sempre os números à frente das pessoas. Porquê?

Há milhares e milhares de reformas/pensões abaixo dos 400 euros, geradoras de pobreza. O SNS é deficitário em Assistentes Operacionais e incapaz em algumas valências. Os Funcionários Públicos voltam a não ter aumento salarial e a resolução da chaga dos trabalhadores precários é lenta, sendo o Estado o maior prevaricador, abrindo aos privados os desmandos que conhecemos. Há tanto onde usar bem o dinheiro.

O peso dos juros da dívida pública/privada é a colossal cifra de 8 mil milhões de euros/ano!

Deve ser renegociada, para que haja crescimento e não condicionalismos, aliviada a insuportável carga fiscal e proporcionada dignidade. Priorizar poupanças para a redução do déficit - serve os mercados, agências de rating e a cega austeridade de Merkel/Shaüble. Estima-se que até 2021 haja 19 mil milhões de euros de poupanças! À custa de quem?, de quê?, e de que cortes?

Este garrote escrupulosíssimo do pagamento da dívida é o oposto à falta de coragem para enfrentar Bruxelas sobre os astronómicos juros agiotas que inqualificavelmente nos esmagam!

Já nos bastava o Tratado Orçamental e agora a insensibilidade social de Mário Centeno ser igual à demonstrada por Maria Luís Albuquerque.

O PCP e o BE vão ter uma indigestão?...

Vítor Colaço Santos