A promenade

A Promenade - ou passeio público marítimo - será provavelmente uma das obras públicas que desde 1993, ano da inauguração do seu primeiro segmento, trouxe maior valor acrescentado ao litoral oeste do Funchal, contribuindo para o deleite dos turistas que a percorrem, mas também para usufruto dos madeirenses que puderam desde então dispor de um passeio pedestre ao longo das praias da nossa costa, entre o Lido e Câmara de Lobos. Com enorme potencial de desenvolvimento e de retorno económico das atividades que ali se instalaram, esta via tornou-se um grande atrativo turístico. A costa que até então, ao nível do mar, só era acessível em pontos geográficos muito concretos, passou a estar disponível para quem desejasse percorrê-la em passeio pedestre ou na prática de exercício físico, aproveitando o clima ameno da Madeira durante todo o ano, disfrutando em pleno a paisagem marítima a uma cota tão próxima da superfície das suas águas. Ressalte-se ainda os fatores ambientais, muito mais vantajosos na promenade, em comparação por exemplo com os passeios na estrada Monumental, dada a ausência de poluição atmosférica e do inevitável ruído gerado pelo trânsito automóvel, fatores que concorrem para que este caminho à beira-mar se tornasse num local muito aprazível e mais saudável. No entanto, aquela que poderia ser uma via turística de excelência, e note-se que é mesmo referida em sites turísticos de renome, debate-se com um enorme problema de abandono, principalmente no segmento entre a Praia Formosa e Câmara de Lobos, onde a falta de manutenção é evidente e a degradação começa a ser bem notória. Paralelamente, colocam-se desde há muito tempo graves problemas de segurança para os seus utentes. É com frequência que tomamos conhecimento de assaltos, com evidente impacto negativo na sua utilização, contribuindo para manchar a nossa imagem turística, como facilmente se depreende. Obviamente, a falta de manutenção é um dos fatores que concorrem para esta insegurança, pois esta é bem visível no troço entre a Praia Formosa e Câmara de Lobos, de aproximadamente 2,9 km, onde não existe praticamente um único candeeiro aceso, facilitando eventuais emboscadas e risco de queda, pois à falta de iluminação acrescem as irregularidades nos passadiços, autênticas armadilhas que colocam em risco os utentes. Além destes aspetos pouco convidativos à sua utilização depois do pôr do sol, refira-se a inexistência total e inexplicável de policiamento. A quem competirá tratar destes aspetos e garantir a segurança da promenade - ao governo ou aos municípios? O «melhor destino insular para turismo» não mereceria outra atenção? Deixo o repto na expetativa de que alguma entidade competente e conscienciosa decida intervir.

Vasco Andrade