A medida emblemática

O Governo Regional da Madeira (GR) encontrou finalmente uma empresa que aceitou as condições propostas no caderno de encargos, para viabilizar durante 3 meses o transporte marítimo de uma minoria de madeirenses entre a Madeira e o Continente. Os 3 milhões de euros que subsidiarão a operação sairão do orçamento regional e da receita de impostos cobrados aos madeirenses, quando o correto seria essa subsidiação ser paga pelo Governo da República ou pela União Europeia (UE), pois só assim se cumpriria verdadeiramente o desígnio de reduzir, através de uma verdadeira política de coesão, as desigualdades económicas e sociais nomeadamente das RUP, e desde logo no que concerne a este aspeto apetece perguntar para que servem e o que andam a fazer os deputados da Madeira na Assembleia da República e no Parlamento Europeu? Impõe-se desde logo questionar se estes 3 milhões de euros não seriam melhor aplicados em reais necessidades da população madeirense. Quantos enfermeiros e médicos poderiam ser contratados para minorar as necessidades de pessoal dos quadros do serviço regional de saúde? Não permitiriam arranjar alojamento para as altas problemáticas? Aumentar os efetivos da guarda florestal para melhorar a vigilância e conservação da nossa floresta e caminhos florestais? Quantos professores e auxiliares de educação poderiam ser contratados para melhorar a eficiência do ensino na Região? Quantos trilhos utilizados pelos turistas que nos visitam poderiam ser melhorados em termos de piso e segurança? Quantos reservatórios de água poderiam ser construídos melhorando o acesso à água de rega por parte dos agricultores e dos bombeiros no combate aos incêndios florestais? Quantos Km de canalizações deficientes com enormes desperdícios de água potável poderiam ser substituídos de imediato? Muitas outras questões se poderiam pôr, mas para quê? Perante esta medida verdadeiramente emblemática do programa do GR e do seu presidente, tudo o resto é secundário!

T.C.