Desporto

Santa Casa distribui bolsa de três mil euros para cada atleta olímpico e paralímpico

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A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa anunciou hoje a distribuição de uma bolsa no valor de três mil euros para cada atleta olímpico e paralímpico, apoio que este ano beneficia um total de 33 estudantes universitários.

Em cerimónia hoje realizada na reitoria da Universidade de Lisboa, Pedro Santana Lopes, provedor da Santa Casa da Misericórdia, e José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, enalteceram as virtudes deste projeto.

“A Santa Casa existe para apoiar as boas causas. Desde 2013 que este é um dos apoios sociais que nem sequer se discute no seio da nossa instituição. Estes atletas dão um exemplo à juventude do nosso país”, considerou Pedro Santana Lopes, relembrando que é o quarto ano seguido que este apoio é concedido aos atletas olímpicos que conciliam o sucesso desportivo com bons resultados nos estudos.

“Há cerimónias que, por mais que se repitam, não deixam de ter um significado especial. Estes atletas dão um exemplo à sociedade de que é possível ter rendimento desportivo e formação universitária ao mais elevado nível”, frisou José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, o principal parceiro da Santa Casa da Misericórdia neste projeto de apoio social aos atletas olímpicos e paralímpicos.

Patrícia Mamona, campeã europeia do triplo-salto, diz que este “é um apoio precioso” para o qual já tem destino. “No meu caso, que estudo engenharia biomédica na Lusófona, que é uma universidade privada, os três mil euros vão ajudar-me a pagar as propinas”, afirmou.

Mas a atleta do Sporting considerou que ainda há muito a fazer nas universidades portuguesas na ajuda à preparação dos atletas olímpicos. “Subsistem algumas reservas e preconceitos relativamente ao nosso papel no desporto e na sociedade”, acrescentou.

Rui Bragança, atleta olímpico de taekwondo e estudante de medicina na Universidade do Minho, revelou que os três mil euros da bolsa servirão para pagar as propinas e o alojamento numa residência universitária em Braga, onde vive.

“Ainda há professores que consideram os atletas um pouco burros”, sublinhou Rui Bragança, estabelecendo uma comparação com o que se passa no estrangeiro: “Enquanto nos EUA e em alguns países europeus são as universidades que procuram ter no seu seio os melhores atletas, em Portugal são os atletas que têm de lutar para terem entrada no ensino superior. Lá fora existe outra mentalidade, o que torna a vida dos atletas universitários mais confortável”.

A canoísta olímpica Teresa Portela também salienta as virtudes da existência destas bolsas de estudo. “Já passei por situações em que desistir era o caminho mais fácil, mas decidi ir à luta. E esta bolsa tem-me ajudado imenso na minha carreira desportiva”, concluiu.

Ainda existe orçamento na Santa Casa da Misericórdia para atribuir mais algumas bolsas, cujos beneficiários têm de cumprir dois requisitos: aproveitamento escolar positivo (não podem reprovar) e assiduidade.