O técnico português do Mónaco, Leonardo Jardim, reconheceu hoje que os treinadores portugueses são reconhecidos na Europa e no Mundo pelo conhecimento e pela capacidade de adaptação, salientando a aptidão para ultrapassar as dificuldades.

“Acho que o treinador português é muito bem visto em toda a Europa e no Mundo pela sua conhecimento e capacidade de adaptação. Temos a capacidade para nos adaptar mesmo em cenários de dificuldades, ultrapassá-las e fazer o que mais gostamos, apresentando resultados”, explicou.

Questionado no fórum da segunda edição do Football Talks, que decorre no centro de congressos do Estoril até sexta-feira, o técnico dos monegascos comentou a paragem dos campeonatos para os compromissos internacionais das selecções, admitindo dificuldades na recuperação do estado físico e psicológico dos atletas quando regressam aos clubes.

“Quando recebemos os jogadores, depois das selecções, não estão nas melhores condições para actuar pelo clube. Estão totalmente desfocados do que é o clube e quando voltam temos que amenizar todos esses problemas. A minha ideia é focalizar os jogadores naquilo que são os objectivos do clube e a importância do jogador na equipa”, explicou.

Ainda assim, o treinador madeirense reforçou a ideia de manter uma boa relação com os seleccionadores para que “ambas as partes” não sejam prejudicadas.

“As selecções devem ter o pequeno cuidado de quando são jogos particulares terem a preocupação de salvaguardar os jogadores, para representarem bem o clube. Normalmente, deve haver sempre um meio termo para tentar agradar ambas as partes. A experiência com os seleccionadores tem sido positiva”, contou.

Desafiado a comentar a corrida pelo título no campeonato português de futebol, Jardim admitiu que no “início da época esperava uma luta a três” entre Benfica, Sporting e FC Porto, lamentando que “neste momento seja apenas uma luta a dois”.

Em jeito de conclusão, o técnico, que em Portugal orientou clubes como o Sporting e Sporting de Braga, deixou um recado aos clubes formadores.

“Portugal, nos últimos anos, tem sido um grande vendedor de jovens e acho que esse é o caminho. Não estamos no topo das ligas em termos de aquisição de jogadores e de compras. Temos que ser um país vendedor, produtor e, por isso, temos bons técnicos em Portugal para fazer crescer esses jovens talentos”, explicou.