O filme do holandês Paul Verhoeven “Elle” ganhou ontem em Paris o César, prémios do cinema francês, de melhor filme, enquanto Isabelle Huppert venceu o prémio de melhor actriz.

O actor Gaspard Ulliel recebeu o prémio de melhor actor pela sua interpretação em “Juste la fin du monde”.

O prémio de melhor realizador foi entregue a Xavier Dolan, 27 anos, pelo mesmo filme.

O grande derrotado da noite foi “Frantz”, de François Ozon, que partiu com 11 nomeações e apenas conquistou a de melhor fotografia.

“Eu, Daniel Blake”, do britânico Ken Loach, foi escolhido como o melhor filme estrangeiro, categoria para a qual estava nomeada a película brasileira, “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho.

Na cerimónia de entrega dos “Óscares franceses”, atribuídos pela Academia de Cinema de França aos melhores filmes estreado em sala, também ‘brilhou’ o actor e realizador norte-americano George Clooney homenageado pela sua carreira com o César de honra.

Ao contrário do que sucede normalmente, a gala acabou por ganhar relevo em termos de crítica política, com a subida ao palco da estrela de Hollywood de 55 anos.

Após agradecer o prémio, o actor norte-americano aproveitou o discurso para lançar uma mensagem ao mundo, com uma série de referências ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Não devemos caminhar com medo uns dos outros, não nos podemos deixar levar pelo medo numa era de irracionalidade”, afirmou.

“Temos que trabalhar mais para não deixar o ódio vencer”, insistiu depois de observar: “Nós [os norte-americanos] descrevemo-nos como defensores da liberdade (...) mas não podemos defender a liberdade no estrangeiro e abandoná-la em casa”.

O actor, que se fez acompanhar pela sua mulher, Amal Clooney, célebre advogada dos direitos humanos, que está grávida de gémeos, destacou ainda: “Os actos do Presidente dos Estados Unidos alarmaram e consternaram os nossos aliados e deram ânimo aos nossos inimigos. Não foi culpa sua. Não foi ele que criou esta situação de medo. Ele limitou-se a explorá-la com êxito”.