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Boris Johnson deverá demitir-se

Foto EPA/TOLGA AKMEN
Foto EPA/TOLGA AKMEN

Boris Johnson, primeiro ministro britânico, estará prestes a demitir-se na sequência de um escândalo sexual que já levou à demissão de vários ministros do seu governo. De acordo com o canal televisivo Sky News, Johnson conversou com o presidente do Comité Tory 1922, Graham Brady, e aceitou renunciar, com um novo líder conservador definido para a conferência do partido em Outubro, citou uma fonte da nº 10 de Downing Street, casa oficial dos primeiro-ministros britânicos.

A situação agravou-se após a recém-nomeada secretária de Educação, Michelle Donelan, ter renunciado após apenas 36 horas no cargo, o ministro das Finanças, Nadhim Zahawi ter dito ao primeiro-ministro para "ir agora" e o secretário de Defesa, Ben Wallace, ter-se demitido.

"Segue-se a intensa pressão de colegas do partido, com dezenas de demissões dentro do governo do nível de gabinete para baixo", salienta a Sky News. "Rishi Sunak renunciou ao cargo de chanceler (secretário do Tesouro) e Sajid Javid renunciou ao cargo de secretário de saúde na noite de terça-feira", exemplifica.

Estas demissões provocaram "uma enxurrada de demissões do governo, já que os parlamentares conservadores disseram que não podiam mais apoiar um líder que mentiu sobre a nomeação do vice-chefe Chris Pincher, mergulhando o primeiro-ministro em mais uma crise".

"As renúncias começaram depois de Downing Street ter insistido que o primeiro-ministro não sabia das alegações de 2019 de comportamento inadequado contra o deputado Pincher, antes de tê-lo nomeado como vice-chefe em Fevereiro", mas ontem, "o n.º 10 admitiu que Johnson, de facto, sabia das alegações - e da investigação subsequente".

A informação de renúncia do cargo de líder do partido conservador foi, entretanto, noticiada pela estação pública BBC, que garantia num primeiro momento que Johnson iria manter-se no cargo até ao Outono. Contudo, na transmissão em directo, o canal diz que o pedido de demissão deverá ser submetido ainda hoje.