Mundo

Comandante da polícia em Cabo Delgado pede "prontidão" a reservistas

None

O comandante da Polícia da República de Moçambique em Cabo Delgado pediu hoje "prontidão" a um grupo de agentes que passou para a reserva, alertando que as incursões rebeldes continuam um desafio na província.

"Contamos com vocês para, se a situação exigir, voltarem a pegar em armas para combater o terrorismo porque isso é dever de todo o cidadão moçambicano", declarou Vicente Chicote, durante uma cerimónia simbólica que marcou a passagem à reserva de um grupo de agentes da polícia moçambicana em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado.

No total, 119 membros da corporação que durante mais de duas décadas contribuíram para a manutenção da ordem, tranquilidade e segurança públicas passaram hoje à reserva em Cabo Delgado.

O comandante da Polícia da República de Moçambique em Cabo Delgado pediu ainda para que os agentes, agora na reserva, continuem atentos nas suas respetivas comunidades.

"Ainda esperamos de vocês a melhor contribuição na denúncia contra os criminosos, que agem para perturbar a ordem", frisou Vicente Chicote.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, incluindo Mocímboa da Praia, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio.